Memórias de uma infância



Foi uma mera despedida, folhas caindo das árvores, fotos rasgadas, um triste e amargo adeus. Reconhecer seus erros nem sempre é a saída. Talvez escondê-los também possa ser a resposta. Amar demais, pode ser um defeito, mas por amor fazemos tudo, até deixamos quem amamos.

Em uma roda de amigos, aqueles sorrisos escancarados, a inocência de uma criança estampado no rosto. Nada é preocupante, sempre há perdão. Mas, ao crescer, aquele sorriso escancarado transformaria-se em timidez, procurando ao vento as folhas que caíram no outono passado, fechando os olhos para a estação presente.
Ouvira dizer que o perdão é algo concedido aos merecedores, mal sabendo que merecedora seria ela ao perdoar.
Apreciando sua própria mágoa, deixara seu sorriso partir junto ao seu amor. Negando paz aos que pediam, atordoando-se com palavras dolorosas, daquelas que vêm do fundo amargo do coração. Negando a si, a pura sensação de ter ao lado alguém.

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