Como quase todos os outros, fiz pensando em você, Gabriel.
Para cada palavra mal dita você tem uma resposta na ponta da língua, mas não sabe o que dizer ao seu coração, e a cada passo dado, olha duas vezes para trás. Não consegue dizer adeus ao inexplicável e ao eterno.
Sabe se portar com elegância, fala com clareza, age com cautela, mas longe do inexplicável e eterno. Perto ele faz com que suas pernas tremam, sua fala trave e seu olhar firme-se para baixo, como se fosse uma criança tímida.
Ainda não descobriu como foi acontecer tão repentinamente, e como pôde durar tanto algo tão intensamente forte que parece querer pular do seu peito a cara respiração do inexplicável e eterno. Não sabe como sabe ser eterno algo que é inexplicável, ou melhor dizendo, alguém.
Você procura entender, se esforça, mas não consegue. Há magia demais para se explicar, mas basta fechar os olhos e tudo está claro. O que mais querer além de inexplicável e eterno?
Se não fossem as batidas do coração o mais importante, você não o deixaria ir, mas seu amor não é egoísta, é puro e sincero, como nunca sentira antes, e como nunca mais sentirá.
Ainda há vontade de ser um, mas se continuarem sendo dois, o amor não morrerá. É inexplicável e eterno.
Para muitos é algo impossível, mas não são muitos que sentem amor, não há quem possa dizer não a ele.
Você pretende continuar, quer ver até onde vai, tem fé e age como quem tem. Finge não saber que existem problemas, não dá importância a coisas além do que sentem. Diz não ter coisa mais forte, mas tem medo. Não tem como explicar algo que sabe não ter fim desde o início.
Nos preocupamos tanto com nossos problemas internos e desvalorizamos o amor que sentimos pelas pessoas. Desvalorizamos o amor que sentimos por essas pequenas pessoas, que tudo perdoam, tudo amam, e são tão intensas! E percebam, a intensidade de seus choros, de suas gargalhadas... é algo gracioso, belo de se ver! Melhor seria se sentíssemos ainda.
Entre escudos, vielas e parafina, assim me encontro na parte mais obscura das curvas do meu infinito mundo de imaginações grotescas. Defino-me uma pessoa que não consegue lidar com seus próprios sentimentos sozinha, e então sente a necessidade de manchar folhas com a tinta de uma caneta azul que encontrara no fundo da gaveta de uma antiga escrivaninha cercada por livros com cheiro de tempo. Uma pessoa que delira ao descrever detalhes de uma vida completamente conturbada.
Edward the Head mais conhecido como Eddie é o mascote da banda de heavy metal Iron Maiden que surgiu de uma ideia do cenógrafo Dave Beasly que costumava usar sucata, como aparelhos eletrodomésticos quebrados, partes da lataria de automóveis, chapas plásticas e metálicas, furadas e recortadas, lâmpadas,vidros, essas coisas que a gente acha que não serve pra nada. Um aluno de uma escola de arte criou uma cabeça enorme, e Dave a instalou sobre um suporte metálico fazendo com que ela parecesse viva, bombeando sangue através dos orifícios da carranca, e não importava o cenário, a cabeça sempre estava lá.
