Falando sem falar

Entre escudos, vielas e parafina, assim me encontro na parte mais obscura das curvas do meu infinito mundo de imaginações grotescas. Defino-me uma pessoa que não consegue lidar com seus próprios sentimentos sozinha, e então sente a necessidade de manchar folhas com a tinta de uma caneta azul que encontrara no fundo da gaveta de uma antiga escrivaninha cercada por livros com cheiro de tempo. Uma pessoa que delira ao descrever detalhes de uma vida completamente conturbada.
Por perder tanto tempo me preocupando com o que sinto, já perdi as contas de quantas vezes perguntei a mim se realmente há tanta beleza em cometer delitos por amor, se há tanta indelicadeza ao dizer não com firmeza, se há tanta tristeza ao dizer adeus.
Quase sempre formamos com letras as palavras mais dolorosas do mundo, ou nem tanto. Talvez tenhamos que aprender a ouvi-las de uma melhor forma, o problema nem sempre está no que foi dito e sim no que se ouviu. Os detalhes nem sempre estão nas palavras que saem da boca, talvez nas palavras que o corpo diz sem ser preciso dizer palavra alguma.

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