Gotas de chuva


Enquanto eu segurava suas mãos fortemente, seus dedos deslizavam para um frio adeus. E com a chuva, minhas lágrimas caiam. Você, nem ao menos olhou pra trás, para eu tentar segurar o choro. Talvez, eu teria guardado um lenço no bolso esquerdo, mas não queria continuar prendendo essa tristeza em mim, não tinha mais motivos para esconde-la, a deixei partir com você.

Curiosamente, os dias posteriores foram mais ensolarados, pude delicadamente mostrar meus ombros ao sol, embora meu sorriso tenha permanecido acanhado por um tempo. O dia em que lavei minha alma com as gotas da chuva, foi o suficiente para me manter viva.
Preferi lembrar do bem que me fez, empacotando todas as angústias e jogando-as pra bem longe. Continuei a caminhada mais longa que enfrentei, a do recomeço.
Escolhi não olhar para trás, trouxe minha bagagem pronta. Nela haviam frascos lotados de felicidade, e seringas, para aplicar as doses em mim. Eu tinha certeza de que não era a maneira mais correta, mas talvez minha última chance. Não era uma tentativa forçada de ser feliz, mas talvez, minha última chance.

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