Com o passar do tempo, um velho senhor criou uma mania terrível de achar que sabia de tudo. Resmungava, gritava, e guardava o que havia de bom nele apenas para si. Nunca ninguém viu aquele senhor sorrir ou contar uma piada, seus lábios trancavam seus dentes para o sorriso.Pensando ser o rei do saber e nada de bom aprendera.
Vivia sentado num banquinho da praça, com seu cigarro aceso e sua cerveja esquentando em cima da mesa. Não tinha amigos para jogar seu xadrez, ocupava o vazio com as cinzas de seu cigarro, seu único companheiro que o matava lentamente.
O que ninguém sabia era o quanto aquele senhor havia sofrido. Por ser tão machucado, a amargura acabou tornando-se um escudo. Seus lábios estavam cortados por suas próprias palavras dolorosas, e seu coração gravemente ferido por um amor que o deixou na solidão.
Não deixava ninguém se aproximar de seu coração, que na verdade não era mais seu havia um bom tempo.Se fosse possível medir em um copo, sua tristeza transbordaria.
Qualquer uma outra atitude poderia mudar tudo. Esse homem viveu tanto tempo amargurado por sua própria falta de vontade de viver. Por ter desistido de si, a única pessoa capaz de salva-lo.
Seu amor o havia abandonado por luxos e prazeres que sua vida pacata não proporcionaria a ela, mas abandonou também um amor verdadeiro, que lutava por sua felicidade. Seu amor preferiu esquecer dele, ele também se esqueceu.
Há 9 anos